Teia de Soluções destina mais de R$ 11 milhões a 16 projetos de reconstrução e resiliência climática no Rio Grande do Sul
Iniciativa inédita apoia propostas inovadoras que fortalecem municípios gaúchos afetados por eventos extremos e apostam em Soluções Baseadas na Natureza para garantir segurança hídrica e resiliência costeiro-marinha
Chamada da Teia de Soluções é uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em parceria com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), o RegeneraRS, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e a Fundação Araucária, com apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI)
Dezesseis projetos voltados à reconstrução e à adaptação climática no Rio Grande do Sul foram indicados para receber, ao todo, mais de R$ 11 milhões em recursos da Chamada da Teia de Soluções – Resiliência Climática para o Rio Grande do Sul, uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em parceria com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), o RegeneraRS, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e a Fundação Araucária, com apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI).
O processo recebeu 174 propostas de diferentes setores da sociedade voltadas à implementação de Soluções Baseadas na Natureza (SBN) para aumentar a resiliência de municípios gaúchos frente às mudanças climáticas. As propostas contemplaram ao menos um dos desafios: “Adaptação climática em ação: natureza como aliada” e “Ciência para a adaptação climática: desvendando o potencial da natureza”. A estratégia busca, por meio da conservação e regeneração de ecossistemas, fortalecer a segurança hídrica e a resiliência costeiro-marinha, preparando o território gaúcho para os efeitos de eventos climáticos extremos.
“Projetos que usam Soluções Baseadas na Natureza para promover a adaptação às mudanças climáticas são fundamentais não apenas no Rio Grande do Sul, mas em todas as regiões do país. Os eventos climáticos extremos são uma realidade e afetam diretamente milhares de brasileiros. Os projetos contemplados são mais uma oportunidade de somar forças e minimizar prejuízos, a fim de garantir a segurança e o bem-estar da sociedade”, afirma Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário.
As iniciativas selecionadas devem atuar, principalmente, em áreas fortemente impactadas por enchentes, deslizamentos de terra e outros desastres que atingiram o estado no primeiro semestre de 2024. A seleção ocorreu em várias etapas, incluindo análise técnica das propostas por especialistas e avaliação final por comitê formado por representantes das instituições organizadoras. Os projetos selecionados terão entre 12 e 24 meses para serem executados.
Confira abaixo as 16 propostas indicadas para apoio* pela Teia de Soluções:
Soluções apoiadas pela Fundação Grupo Boticário
Corredores Bioclimáticos Porta de Torres: a solução criará corredores para conectar ecossistemas e ajudar na mitigação e adaptação de espécies humanas e silvestres aos efeitos do clima. Uma estratégia para a Região da Porta de Torres, para proteger a biodiversidade e promover a resiliência climática.
Tecendo Estratégias de Adaptação e Resiliência: a iniciativa apoia gestores públicos e técnicos do Rio Grande do Sul com diagnósticos, capacitações e projetos-piloto para incluir Soluções Baseadas na Natureza no planejamento urbano. Uma rede de cooperação para fortalecer a resiliência nas cidades.
Renascer do Rio Grande: sementes do futuro verde: o projeto envolve a produção de mudas, restauração de áreas degradadas e capacita comunidades para prevenir enchentes e regenerar ecossistemas na Bacia Taquari-Antas. Uma resposta direta aos impactos climáticos com foco em reconstrução e futuro.
Soluções apoiadas pelo BRDE
SBN: Ferramenta de Saneamento e resiliência: a iniciativa,em Nova Santa Rita, pretende implantar um sistema piloto que trata o esgoto de forma mais sustentável, com reúso da água no próprio local. A ideia é que essa solução sirva de exemplo para outras cidades da Bacia do Rio dos Sinos, mostrando como o saneamento também pode ajudar na adaptação às mudanças do clima.
Comunidade Resiliente (Rio Caí): o projeto pretende implementar na cidade de Montenegro, um parque alagável para drenar e reduzir a velocidade do escoamento da chuva, além de servir de área de alagamento natural do Rio Caí, reduzindo riscos de inundações no bairro Industrial.
Resiliência em comunidade tradicional pesqueira: o projeto, liderado pela Prefeitura de Pelotas, busca reduzir os impactos das inundações na Barra de Pelotas, restaurando ecossistemas costeiros, melhorando habitações e fortalecendo a pesca artesanal, o turismo ecológico e a qualidade de vida local.
Água e economia circular para revitalizar: a iniciativa visa a melhoria hídrica e vai utilizar a fitorremediação para tratar efluentes em bacias hidrográficas rurais. Utiliza os princípios da economia circular para aproveitar a biomassa produzida.
LAB RUA – Laboratório de Resiliência Urbana Avançado: a proposta pretende transformar a Praça Dante Santoro, em Porto Alegre, em um espaço vivo de aprendizado e ação climática. A ideia é usar redesenho urbano e Soluções Baseadas na Natureza para incentivar atores do Programa de Regeneração Urbana da cidade a enfrentar problemas recorrentes, como alagamentos, degradação e a vulnerabilidade social.
Caminhos do Rio: O projeto visa implementar infraestruturas verdes nas ruas do bairro Centro, na cidade de Taquari, qualificando o espaço para enfrentar os desafios urbanos e reconectar a população com a história local e o rio que deu origem à cidade.
Soluções apoiadas pela Fapergs e Fundação Araucária
Restauração ecológica para a resiliência climática: o projeto integra ciência e comunidades para elaborar um plano de restauração com base no potencial de regeneração natural, qualidade dos ecossistemas e prioridades de ação, mapeando zonas prioritárias para restauração ecológica, colaborando com comunidades rurais e gestores na reconstrução da resiliência climática.
SOMA-Mirim – Sistema de Observação e Monitoramento Ambiental da Lagoa Mirim: sistema integrado de monitoramento ambiental que ajuda gestores públicos e comunidades ribeirinhas a acompanhar, em tempo real, a qualidade da água, do ar e do clima na Lagoa Mirim, gerando alertas e mapas. A solução ajuda na tomada de decisões mais rápidas e conscientes diante das mudanças climáticas.
CLIMATE-AI-SBN: IA para enfrentamento Climático: plataforma educacional que apoia escolas públicas na preparação para os efeitos da crise climática. Traz trilhas de aprendizagem, simulações e planos de ação com base na natureza, tudo alinhado à Base Nacional Comum Curricular.
SACH-J – Sistema de Alerta de Cheias de Jaguarão: sistema integrado que combina monitoramento em tempo real e barreiras móveis de contenção para prevenir cheias em Jaguarão. Auxilia gestores e a comunidade, gerando alertas automáticos e respostas rápidas, protegendo a população e reduzindo danos.
SBN para resiliência climática na Região Metropolitana de Porto Alegre: o projeto propõe corredores ecológicos e ações baseadas na natureza para guiar o planejamento metropolitano. Com mapas, índices e cartilhas, apoia gestores e comunidades na tomada de decisões para um futuro mais resiliente.
Soluções apoiadas pelo RegeneraRS
Sementes da Vida Nova: Raiz e Resistência: a iniciativa visa apoiar comunidades periféricas de Porto Alegre no enfrentamento da crise climática, por meio da criação de hortas, jardins de chuva, compostagem e espaços públicos.
Tamanduá Caminhos Vivos – A Força da Resiliência: o projeto apoia a reconstrução de uma comunidade com envolvimento direto dos moradores, promove a restauração ambiental e oferece oficinas e atividades educativas, reforçando a força coletiva e a resiliência local.
* O apoio financeiro das soluções está condicionado à assinatura de contrato, conforme modelo constante no Anexo I do Regulamento da iniciativa.
Com o objetivo de estimular a cocriação de soluções inovadoras, replicáveis e escalonáveis para desafios ambientais contemporâneos, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza lançou, em 2020, a Teia de Soluções, uma iniciativa que reúne diferentes processos de trabalho em rede para o desenvolvimento, aprimoramento e apoio técnico e financeiro de soluções aliadas à conservação da natureza brasileira. Dessa forma, a Fundação estimula a aproximação e a conexão de profissionais diversos de diferentes localidades. Em quatro anos, mais de 1.200 pessoas foram capacitadas e 298 soluções aprimoradas para questões relacionadas ao turismo de natureza, Mata Atlântica, oceano, Cerrado, cadeias da sociobiodiversidade brasileira e Baía de Guanabara. Ao todo, 110 soluções receberam apoio financeiro da Fundação (66) e instituições parceiras (44), somando mais de R$ 30 milhões.